Sem adversários à altura nos médios, Anderson sobe de categoria, mas mesmo assim apanha menos e luta só 30% do tempo nos meio-pesados
Anderson Silva é
o campeão do peso médio do UFC há 6 anos. Desde 14 de outubro de 2006,
quando venceu Rich Franklin e conquistou o cinturão, foram 10 defesas de título
e o status de lenda do MMA construído a cada combate. O brasileiro jamais
perdeu uma luta no Ultimate e detém os recordes de invencibilidade e de
vitórias em lutas pelo cinturão.
Mas o homem que varreu a categoria dos médios, até 84 kg, tem desempenho ainda melhor quando luta entre os meio-pesados. É na categoria até 93 kg que Anderson dá seus maiores shows. E a análise não é apenas subjetiva, motivada pelos nocautes contra James Irvin, Forrest Griffin e Stephan Bonnar, este último no sábado, pelo evento principal do UFC Rio.
Os números mostram um Anderson Silva implacável fora da “zona de conforto” dos médios. Nos meio-pesados, o Spider acerta mais golpes, é atingido menos vezes e fica no octógono por muito menos tempo do que em sua categoria de origem. As lutas de Anderson nos meio-pesados duram em média apenas 3 min 01 s – nos médios, o tempo aumenta para 10 min e 14s.
| Silva desvia facilmente de golpe aplicado por Bonnar |
Nas três vezes em que lutou na categoria até 93 kg, Anderson Silva precisou de
menos de um round para encerrar os combates. Nos médios, foram 13 lutas, e
apenas quatro delas terminaram nos cinco minutos iniciais: contra Chris Leben,
Rich Franklin, Nate Marquardt e Vitor Belfort.
Precisão – não é apenas no tempo das lutas e na facilidade com que
nocauteia os adversários que Anderson Silva se destaca na categoria até 93 kg.
Lutando entre rivais mais pesados, o Spider consegue usar a agilidade para
acertar mais ataques e, sobretudo, para esquivar-se melhor, evitando ser
atingido pelos rivais.
Em suas 13 lutas pelos médios, Anderson Silva acertou 67% dos ataques efetivos
nos adversários, um recorde no UFC. Nas lutas pelos meio-médios o número
aumenta para 69% de ataques bem sucedidos. Mas é na hora de se defender e
esquivar que o brasileiro se destaca: nos médios, os adversários conseguem
acertar 38,5 % dos golpes; nos meio-pesados, esse número cai para 17%.
Apesar das boas
atuações, Anderson Silva disse após a vitória contra Bonnar que não pretende
mais lutar entre na categoria até 93 kg. “Não vou mais lutar entre os
meio-pesados. Foi só para salvar o evento e dar espetáculo para vocês. Minha
categoria é até 84 kg”, afirmou, ainda no octógono, depois de vencer o
norte-americano em 4min40s de combate.
A recusa antecipada de Anderson Silva em lutar nos meio-pesados tem um endereço certo: o brasileiro afirma constantemente que não gostaria de lutar com Jon Jones, campeão da categoria. O combate é um sonho de consumo de Dana White, presidente do UFC, que certamente faturaria muita grana com esse evento. Após a vitória no Rio, Anderson admitiu que gostaria de fazer uma superluta contra Georges St-Pierre, dono do cinturão dos meio-médios.
| Forrest Griffin não conseguiu acertar Anderson Silva |
Anderson Silva entre os meio-pesados no UFC
3 lutas, 3 vitórias
3 vitórias no 1º round
69% de ataques efetivos certos (45 em 65)
17% de ataques sofridos (15 de 88)
Duração média das lutas: 3min01s
100% de vitórias por nocaute/finalização
Anderson Silva entre os médios no UFC
13 lutas, 13 vitórias *
4 vitórias no primeiro round
67% de ataques efetivos certos (430 em 636)
38,5% de ataques sofridos (236 de 613)
Duração média das lutas: 10min14s
84% de vitórias por nocaute/finalização
* - o combate com Travis Lutter foi disputado com peso combinado
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